Qual é a validade de uma lágrima? Quanto tempo ela aguenta dentro de nós até transbordar?
Vai que quem chora sem razão na verdade só esqueceu de sua dor, deixou passar, mas a lágrima ficou lá, sem derramar. Até que um dia ela cai e a gente já não sabe mais, acha que ficou maluco e se culpa mais um pouco...
Será que lágrima expira?
Ou inspira?
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Will I survive?
Meu corpo está gritando por dentro.
Eu finjo não ouvir... já nem me lembro há quanto tempo eu ignoro o que se passa por aqui. Vou adiando minha vida, dia a dia, até não dar mais. Ainda sem querer morrer.
Eu sobrevivo pra que?
Eu finjo não ouvir... já nem me lembro há quanto tempo eu ignoro o que se passa por aqui. Vou adiando minha vida, dia a dia, até não dar mais. Ainda sem querer morrer.
Eu sobrevivo pra que?
Evaporar?
Mais um blog, mais uma justificativa. Desta vez eu vim tentar reaver o que eu perdi há alguns anos - minha poesia.
Algumas inseguranças me fizeram fechar-me numa crosta, fui me perdendo e agora eu preciso de todas as minhas fraquezas de volta. Quero estar à flor da pele, quero que minha superfície evapore para que eu possa me reencontrar.
A inspiração veio de uma prosa que fiz alguns anos atrás, numa retroalimentação poética, por assim dizer.
Eis a fonte:
Insípida?
Eu e minha incerteza a respeito de quem sou. Não penso! Que se penso, de confusa evaporo. Eu choro! Choro e escorro pela minha própria face. É esse não saber que me afeta e me resseca e me faz querer chover. Como pode um ser não saber quem é? Será que alguém sabe?
É que eu queria ser transparente. Não refletir feito espelho d'água o que os outros sentem. Nem escapar por entre os dedos de quem tenta me conter. Bobagem! Que seu fico de fato transparente, como é que eu vou reconhecer meu rosto? Minha personalidade corrente como um rio bravo. Meu humor - maré inconstante - que responde à luz da lua. Eu, paradoxo cristalino, feito um laguinho de jardim, por vezes absorvo uma constância fora de mim, a calma concedida por um dia ensolarado. Os mesmos raios de sol que, às vezes, me arrancam a máscara molhada e tornam vapor minha superfície.
Aí, então, só me resta o fundo. Voltar-me para dentro de mim. A velha conhecida cachoeira que cai do meu peito e inunda tudo o que não sei que sou. É um mar de sentimentos em que eu insisto em naufragar. Eu não tenho medo de transbordar no meu sentir. Túrgida de mim. Um dia arrebento a represa e me afogo sem temor. Porque o ciclo continua.
Porque o ciclo precisa continuar.
Algumas inseguranças me fizeram fechar-me numa crosta, fui me perdendo e agora eu preciso de todas as minhas fraquezas de volta. Quero estar à flor da pele, quero que minha superfície evapore para que eu possa me reencontrar.
A inspiração veio de uma prosa que fiz alguns anos atrás, numa retroalimentação poética, por assim dizer.
Eis a fonte:
Insípida?
Eu e minha incerteza a respeito de quem sou. Não penso! Que se penso, de confusa evaporo. Eu choro! Choro e escorro pela minha própria face. É esse não saber que me afeta e me resseca e me faz querer chover. Como pode um ser não saber quem é? Será que alguém sabe?
É que eu queria ser transparente. Não refletir feito espelho d'água o que os outros sentem. Nem escapar por entre os dedos de quem tenta me conter. Bobagem! Que seu fico de fato transparente, como é que eu vou reconhecer meu rosto? Minha personalidade corrente como um rio bravo. Meu humor - maré inconstante - que responde à luz da lua. Eu, paradoxo cristalino, feito um laguinho de jardim, por vezes absorvo uma constância fora de mim, a calma concedida por um dia ensolarado. Os mesmos raios de sol que, às vezes, me arrancam a máscara molhada e tornam vapor minha superfície.
Aí, então, só me resta o fundo. Voltar-me para dentro de mim. A velha conhecida cachoeira que cai do meu peito e inunda tudo o que não sei que sou. É um mar de sentimentos em que eu insisto em naufragar. Eu não tenho medo de transbordar no meu sentir. Túrgida de mim. Um dia arrebento a represa e me afogo sem temor. Porque o ciclo continua.
Porque o ciclo precisa continuar.
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